sábado, 12 de setembro de 2009 Y 19:55
De repente, o Coelhinho da Páscoa e a Fada do Dente não existiam. Papai Noel não era mais um velhinho mágico. Era só papai, que, com a ajuda de mamãe, punha uma barba e se vestia de vermelho. Aliás, falando em adultos, eles agora também podiam errar. Como assim, eles não deviam estar sempre certos? A televisão não estava mais sempre ligada no canal de desenho animado. Eram as séries que agora dominavam a programação. Devagar, às Barbies iam sendo escondidas na gaveta, pra que nenhuma das minhas amigas pensasse que eu ainda brincava com elas. O assunto preferido deixou de ser a nova boneca de fulana. Só queria saber de roupas, maquiagens, fofocas e claro, os meninos, que deixaram de ser os inimigos bobos e imaturos para se tornarem os namorados bobos e imaturos. Foi assim, de pouquinho em pouquinho, que eu fui abandonando a infância. Sem perceber, fiquei crescida o bastante pra dizer: “Nossa, como passou rápido”.
(não sou mais criança - pauta para a revista)
Tenho aquele arzinho bobo de protagonista de comédia romântica. Apaixonada, sorridente, atrapalhada. Mas já passei por situações tão emocionantes e tive tantas surpresas que podia jurar que estava estrelando um filme de ação. Me acabei em lágrimas nos momentos mais intensos, dignos de um drama. Ri até doer a barriga, como num besteirol americano. Troquei beijos, palavras e olhares apaixonados, daqueles bem romance água com açúcar. Até uns sustos de fazer o coração sair pela boca eu peguei. Como dá pra ver, minha vida não se encaixa perfeitamente bem em nenhum desses gêneros. Então, se ela fosse um filme, acho que seria único. Não sei se seria um sucesso de bilheteria. Só posso garantir que seria sincero, sem dublês ou segundas chances de gravar, com um bom figurino e uma trilha sonora de matar. Nem tenho certeza de como seria o final. O roteiro dessa parte, graças a deus, ainda não chegou.
(minha vida daria um filme - pauta para a revista)